Um pouco da minha historia!
Eu tinha apenas cinco anos quando visitei pela primeira vez um hotel enorme em uma pequena cidade de São Paulo, Brasil. Meu tio, o Chef Executivo, convidou meu pai para vir e ver o lugar que ele trabalhou tanto para manter funcionando perfeitamente, e meu pai me levou junto, pensando que eu poderia aprender algo novo. Enquanto caminhávamos pelos corredores movimentados da cozinha, um mundo diferente de tudo que eu já tinha visto se desdobrou diante dos meus olhos.
O ar estava denso com os aromas de especiarias exóticas e molhos fervendo, cada aroma tão rico e em camadas quanto os pratos que prometiam. Eu assistia com admiração enquanto chefs em uniformes brancos e impecáveis corriam de um lado para o outro, suas vozes rápidas, mas de alguma forma musicais, como uma sinfonia de urgência e perícia. Meu tio nos guiou pacientemente por cada seção da cozinha, nomeando cada estação com um orgulho gentil: "Aqui é onde preparamos as saladas. Ali, os molhos. Aqui, os comissários garantem que cada prato esteja impecável e brilhante." Para uma criança pequena, era tudo mágico — a energia febril, a seriedade, a transformação de ingredientes crus em algo extraordinário. Eu me senti como Remy em Ratatouille, descobrindo um mundo oculto cheio de maravilhas, beleza e significado.
Então, meu tio fez algo que eu nunca esqueceria. Ele apontou para a porta que dava para a sala de jantar e disse: "Vá em frente, Val. Veja o restaurante por si mesmo." Mal sabia eu que estava prestes a entrar em um lugar que me mudaria para sempre. Enquanto eu caminhava pela área de transição entre a cozinha e a sala de jantar — onde os garçons preparavam guardanapos, poliam copos e reuniam suas ferramentas — parecia quase como cruzar para outro mundo, uma espécie de passagem sagrada dos bastidores movimentados para o elegante teatro do serviço.
No momento em que abri aquela segunda porta, fui recebido por uma visão que ficaria comigo pelo resto da minha vida. Lá, bem alto, pendia um lustre de beleza de tirar o fôlego, com cristais brilhando e refratando a luz de uma forma que parecia sobrenatural. Era como olhar para os próprios céus, e senti, com uma clareza rara na infância, que algo realmente especial estava acontecendo naquele espaço. Fiquei ali, paralisado, enquanto a sala ao meu redor começava a entrar em foco. As mesas estavam cobertas por lençóis brancos e imaculados, cada uma coberta com um pano amarelo suave que parecia aquecer a sala inteira. Havia pratos perfeitamente dispostos, talheres cuidadosamente colocados e três copos brilhantes em cada configuração. Cada mesa era uma obra-prima, replicada em toda a sala com detalhes perfeitos.
Meus olhos percorreram a sala, e notei pessoas naquelas mesas, conversando, rindo e compartilhando o mesmo calor que me encheu enquanto eu estava ali. Os garçons se moviam suavemente entre eles, e a alegria nos rostos de todos criava uma atmosfera que parecia pura magia. Eu não tinha palavras para isso na época, mas sabia que estava testemunhando algo poderoso: a beleza da hospitalidade, de criar um lugar onde as pessoas pudessem encontrar alegria, conexão e calor.
Naquele momento, senti um chamado — uma sensação de que eu queria fazer parte da criação desse mesmo sentimento para os outros. Não se tratava apenas de comida ou de roupas de cama finas; tratava-se da maneira como um lugar poderia fazer as pessoas se sentirem bem-vindas, cuidadas e elevadas. Ainda hoje, no meu trabalho, levo esse mesmo sonho adiante. Minha missão não é simplesmente atingir metas ou concluir projetos; é trazer essa mesma alegria, admiração e senso de pertencimento aos meus clientes. Somente quando eles sentem essa centelha — quando vivenciam algo maior do que eles mesmos — é que sinto que meu trabalho está realmente completo.